segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Nada doi mais que a ausência de sede.
Na verdade a circulação por essas estradas já era tão comum que nem trazia surpresas. Os passos davam-se um a seguir ao outro, sem paragens, sem dilemas, productivos, eficazes, vazios. As flores desenham a sola do sapato ao serem diligentemente esmagadas. Os km são percorridos metro após metro, sem desvios. O caminho está traçado, as decisões tomadas, as feridas ignoradas.

Chegar ao alto do Pico para não encontrar lá nada de significativo.
(Quizzy, empty smile)

domingo, 30 de outubro de 2011

domingo, 23 de outubro de 2011

Leio o teu livro e
percebo que não te celebrei como devia.
Agora que esse caminho me é vedado
quero pegar em 2 copos de pé alto
elegantes. desenhados. rebuscados
e ver a escolha de um desses enólogos famosos.
E andar... Andar nessa Lisboa antiga
Recôndita (mijada) celebrada enfim

E beber-te!

Permitir que me recortes o cérebro
E te divirtas a fritá-lo
em banho Maria.
Para depois voltares a moldá-lo cuidadosa e meticulosamente
para recolocar tudo no mesmo sítio.

Tenho saudades de menos slêncio.

domingo, 16 de outubro de 2011

Quando vejo nos teus olhos a forma como me vês só encontro um terreno árido, neurótico e pétreo.
Perscrutas-me com vontade de encontrar algo de errado, podre e pútrido.
Pegas no cabelo que não se adequa ao modelo de corte que imaginavas, o vestido demasiado apertado e a palma da mão que sua...

Anunciam-te a entrada qual principe norueguês e saio à Troia pela porta, pequenita, desaguando no rio dos sonhos (newsflash: secou!)

sábado, 15 de outubro de 2011

Saio sempre do teu canto a sentir-me a merda que não sou.
Vejo escrutinadaa imbecilidade do descuido com que me desarranjo.
Mas fico.
Para sentir no fim o amargo na boca que me faz afastar por uns meses.
Exactamente o mesmo que me faz voltar.
Queres o meu corpo para mitigar a tua dor?
Leva-o então, mas não esperes colaboração pois a minha alma seguiu agarrada à sola de um sapato que já ninguém usa

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Gosto das rugas no canto da boca e da forma como dobras o indicador contra o telemóvel quando o atendes. da aridez da crista ilíaca e do mar que decorre do centro do teu torax. Gosto do umbigo peludo e dos ombros fortes. da avidez do gesto e da necessidade de viver.

Gosto de ti

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Egon Schiele



Se calhar também já gosto do expressionismo...