sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Frases dispersas de Tonino Guerra - O mel

"O sol enfia-se pelo buraco
da agulha que Filomena tem na mão."

"A uma velha quase a chegar ao fim
pegou-se-lhe fogo à roupa e lá se foi tudo, roupa, tempo e feitio."

"Eu e meu irmão bebemos metade cada um
e comparámos a água do poço
com a do céu que é mais escorregadia
e contudo tem o sabor a relâmpagos."

"Primeiro procurava um prego,
a seguir um botão, depois queria beber café
e agora preciso que me digas alguma coisa,
nem que seja uma tolice."

"Este verão chegou essa juventude
de meia tigl que mete o nariz em tudo
e que está sempre em viagem, nas traseiras dos camiões
ou deitada por baraças, em busca de África."

"Estavam deitados em duas pequenas camas,
divididas apenas pr uma cadeira
de costas voltadas um para o outro,
mas as suas mãos permaneciam dadas."

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