terça-feira, 28 de setembro de 2010

Chego a casa e abro a veneziana da sala
reparo que não combina bem com o tapete e isso incomoda-me
cria-me um aperto no peito que se instala e não me larga

Abro as portadas da janela
Descalço-me
(estranhamente, sinto-me um pouco mais criança)
Trepo para a janela e consumo um cigarro
O fumo alstra-se pelo ar e sobe
Sobe com ele a minha mente
que larga em debandada por um qualquer mundo que deixei de conhecer
não encontro nada que me permita identificar onde estou
nem um ponto de referência
e agora sou eu que sou ar e me esfumaço por entre as nuvens e circulo livre...
Ah, que sensação de leveza! Não sou de ninguém e não me importo,
Não há planos ou regras...
E eis que chega a electricidade!
E corro e pulo e salto e vivencio e sou feliz e sorrio e e ...

Estou à janela e a cinza do cigarro cai-me no colo.

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