quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

E lá vais tu, levando o calor que fazia falta aos meus lençois.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

É quando passo por ti nas entrelinhas desses versos obscuros, que me invade a pressa de escrever.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Colou-se-me a tua areia à pele e já não sinto o meu veludo

Florbela Espanca

Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Aquém e de Além Dor!

É ter de mil desejos o esplendor
E não saber sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!

É ter fome, é ter sede de Infinito!
Por elmo, as manhãs de oiro e de cetim...
É condensar o mundo num só grito!

E é amar-te, assim, perdidamente...
É seres alma, e sangue, e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda a gente!

Florbela Espanca

Alma perdida


Toda esta noite o rouxinol chorou,
Gemeu, rezou, gritou perdidamente!
Alma de rouxinol, alma da gente,
Tu és, talvez, alguém que se finou!

Tu és, talvez, um sonho que passou,
Que se fundiu na Dor, suavemente...
Talvez sejas a alma, a alma doente
Dalguém que quis amar e nunca amou!

Toda a noite choraste... e eu chorei
Talvez porque, ao ouvir-te, adivinhei
Que ninguém é mais triste do que nós!

Contaste tanta coisa à noite calma,
Que eu pensei que tu eras a minh'alma
Que chorasse perdida em tua voz!...

Florbela Espanca

Sem remédio

Aqueles que me têm muito amor
Não sabem o que sinto e o que sou...
Não sabem que passou, um dia, a Dor
À minha porta e, nesse dia, entrou.

E é desde então que eu sinto este pavor,
Este frio que anda em mim, e que gelou
O que de bom me deu Nosso Senhor!
Se eu nem sei por onde ando e onde vou!!

Sinto os passos de Dor, essa cadência
Que é já tortura infinda, que é demência!
Que é já vontade doida de gritar!

E é sempre a mesma mágoa, o mesmo tédio,
A mesma angústia funda, sem remédio,
Andando atrás de mim, sem me largar!

Florbela Espanca

O meu mundo não é como o dos outros, quero demais, exijo demais; há em mim uma sede de infinito, uma angústia constante que eu nem mesma compreendo, pois estou longe de ser uma pessoa; sou antes uma exaltada, com uma alma intensa, violenta, atormentada, uma alma que não se sente bem onde está, que tem saudade… sei lá de quê!

Florbela Espanca

Nunca fui como todos
Nunca tive muitos amigos
Nunca fui favorita
Nunca fui o que meus pais queriam
Nunca tive alguém que amasse
Mas tive somente a mim
A minha absoluta verdade
Meu verdadeiro pensamento
O meu conforto nas horas de sofrimento
não vivo sozinha porque gosto
e sim porque aprendi a ser só...

quinta-feira, 25 de novembro de 2010




Era feiote o jovem...
Qual Van Gogh,
na ausência de uma presença tua
descrevo mil auto-retratos que me vão aguentando
renegando a dança da solidão.
Passados os anos e os meus
dedos ainda encontram as incontornáveis
curvas do teu cabelo
perdendo-se lá dentro, no perfume,
na rotina, na candura.
Ainda és o pequeno menino que encontro
no níveo sorriso.
Não é na poética hercúlea que te amo,
senão na fragilidade da nudez tua.
Bruta, bela, sangue, viva!!
Perscruto o mundo de olhos brilhantes e abertos
com ânsias de o comer inteiro
e abarcar uma
e outra e outra tragedia
tê-las todas cá dentro
coleccioná-las
fervê-las
mariná-las
juntar especiarias e carinho
amassar até o suor escorrer pela espinha abaixo
ser um anjo e servi-las, já redimidas,
com a 3ª de Strauss.
Sugando dos corpos o que a puta da alma já não fornece,
escorro pelas ruas na esperança de um encontro.
Com quê, com quem? Sei lá, nem me
interessa
Rabisco nas paredes os pedaços de perfume que deixaste
na roupa e que só me encontram quando cogito, pensativa.
Luz, água, dor, fantástica prosa que faz escorrer os dias
Já sem fábulas ou iguarias
Só uma tremenda realidade que matarias, exsanguinarias, esventrarias
com vontade, vontade de me espetar novamente contra a parede
arrancar-me a joie de vivre e comê-la aos poucos
saboreá-la e deixá-la escorrer pelo pescoço abaixo
laranja, lânguida, doce, viva.
Cansada de sentir o teu zero.

THE LEGENDARY TIGER MAN: True Love Will Find You In The End



Parabéns ao pai da menina dos anos!!

terça-feira, 23 de novembro de 2010

escondida, é verdade,
na impossibilidade de me encontrar em ti
procuro-me ainda, arranhando-me, repuxando-me para a superficie
obrigo-me a sentir.
Amorfa.

sábado, 6 de novembro de 2010

Strauss - 4 last songs

4. "Im Abendrot"

("At sunset") (Text: Joseph von Eichendorff)

Wir sind durch Not und Freude
gegangen Hand in Hand;
vom Wandern ruhen wir
nun überm stillen Land.

Rings sich die Täler neigen,
es dunkelt schon die Luft.
Zwei Lerchen nur noch steigen
nachträumend in den Duft.

Tritt her und laß sie schwirren,
bald ist es Schlafenszeit.
Daß wir uns nicht verirren
in dieser Einsamkeit.

O weiter, stiller Friede!
So tief im Abendrot.
Wie sind wir wandermüde--
Ist dies etwa der Tod?


We have gone through sorrow and joy
hand in hand;
Now we can rest from our wandering
above the quiet land.

Around us, the valleys bow;
the air is growing darker.
Just two skylarks soar upwards
dreamily into the fragrant air.

Come close to me, and let them flutter.
Soon it will be time for sleep.
Let us not lose our way
in this solitude.

O vast, tranquil peace,
so deep at sunset!
How weary we are of wandering---
Is this perhaps death?

Composed: May 6, 1948

Strauss - 4 last songs

3. "Beim Schlafengehen"

("Going to sleep") (Text: Hermann Hesse)

Nun der Tag mich müd' gemacht,
soll mein sehnliches Verlangen
freundlich die gestirnte Nacht
wie ein müdes Kind empfangen.

Hände, laßt von allem Tun,
Stirn, vergiß du alles Denken.
Alle meine Sinne nun
wollen sich in Schlummer senken.

Und die Seele, unbewacht,
will in freien Flügen schweben,
um im Zauberkreis der Nacht
tief und tausendfach zu leben.


Now that I am wearied of the day,
I will let the friendly, starry night
greet all my ardent desires
like a sleepy child.

Hands, stop all your work.
Brow, forget all your thinking.
All my senses now
yearn to sink into slumber.

And my unfettered soul
wishes to soar up freely
into night's magic sphere
to live there deeply and thousandfold.

Composed: August 4, 1948

Strauss - 4 last songs

2. "September"

(Text: Hermann Hesse)

Der Garten trauert,
kühl sinkt in die Blumen der Regen.
Der Sommer schauert
still seinem Ende entgegen.

Golden tropft Blatt um Blatt
nieder vom hohen Akazienbaum.
Sommer lächelt erstaunt und matt
In den sterbenden Gartentraum.

Lange noch bei den Rosen
bleibt er stehn, sehnt sich nach Ruh.
Langsam tut er
die müdgeword'nen Augen zu.


The garden is in mourning.
Cool rain seeps into the flowers.
Summertime shudders,
quietly awaiting his end.

Golden leaf after leaf falls
from the tall acacia tree.
Summer smiles, astonished and feeble,
at his dying dream of a garden.

For just a while he tarries
beside the roses, yearning for repose.
Slowly he closes
his weary eyes.

Composed: September 20, 1948

Strauss - 4 last songs

1. "Frühling"

("Spring") (Text: Hermann Hesse)

In dämmrigen Grüften
träumte ich lang
von deinen Bäumen und blauen Lüften,
Von deinem Duft und Vogelsang.

Nun liegst du erschlossen
In Gleiß und Zier
von Licht übergossen
wie ein Wunder vor mir.

Du kennst mich wieder,
du lockst mich zart,
es zittert durch all meine Glieder
deine selige Gegenwart!


In shadowy crypts
I dreamt long
of your trees and blue skies,
of your fragrance and birdsong.

Now you appear
in all your finery,
drenched in light
like a miracle before me.

You recognize me,
you entice me tenderly.
All my limbs tremble at
your blessed presence!

Composed: July 20, 1948

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Extermino o exercício de dizer sim para preencher a falta que me faz o não.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Raphael - Cocorosie

Deep inside my heart and its splintered at its core
Molden curdle of milken puddle
Dreams of warm breasts settling in my mouth
To be my spouse make a bale and a house
Apple tree, drunken brawl domestically
Dirty dog dusty pawed bloody nose rose embroidered sheets
Dangle like women in the breeze on a line above the yard
In my heart a flower dies slow like a campfire covered
In piss mellows like snow fall
Find More lyrics at www.sweetslyrics.com
Mellows like snow fall

Raphael you know just how
To take me in the swimming pool
Like a child being baptized
Beneath the starry sky we lie
Drowning in your watery thighs
Luscious eyes
You a teenage player
In my heart an island sinks slow
Tears fall in the kitchen sink O
Don't speak I can hear you
Don't speak I can hear you
I am but a regret in the life of whom I touched.

domingo, 24 de outubro de 2010

No vestígio de um encontro
que em nada resultou
Encontro a cumplicidade antiga.
E vejo também a ausência de uma atitude
que nos permita ser.

domingo, 17 de outubro de 2010

A lua e a ponte.
A ponte e a lua.
E dá-me um gosto imenso saltar de luz em luz,
pé ante pé nessa ponte que nos desenhou a vida
E é tua e é minha, a ponte
das nossas vidas.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

ausência total de palavras nestas paragens,
só uma tristeza infinita que não sei de onde surge.

Frases dispersas de Tonino Guerra - O mel

"O sol enfia-se pelo buraco
da agulha que Filomena tem na mão."

"A uma velha quase a chegar ao fim
pegou-se-lhe fogo à roupa e lá se foi tudo, roupa, tempo e feitio."

"Eu e meu irmão bebemos metade cada um
e comparámos a água do poço
com a do céu que é mais escorregadia
e contudo tem o sabor a relâmpagos."

"Primeiro procurava um prego,
a seguir um botão, depois queria beber café
e agora preciso que me digas alguma coisa,
nem que seja uma tolice."

"Este verão chegou essa juventude
de meia tigl que mete o nariz em tudo
e que está sempre em viagem, nas traseiras dos camiões
ou deitada por baraças, em busca de África."

"Estavam deitados em duas pequenas camas,
divididas apenas pr uma cadeira
de costas voltadas um para o outro,
mas as suas mãos permaneciam dadas."

Tonino Guerra - O Mel - Canto Décimo Segundo

Se chove parece que a água te lava os ossos,
se vem tempestade chega-te aos ombros
uma enxurrada de gafanhotos que saltam.
A névoa apaga até os pensamentos
e permanecem velas acesas
ardendo no cérebro.

Duas ou três noites atrás a neve cobriu
as estradas e os campos
e pela madrugada eu e meu irmão
avistámos grandes pegadas
de um estranho animal. Um urso?
Começavam nas primeiras casas da aldeia
e acabavam de repente no meio da praça
como se tivessem voado."

Tonino Guerra - O Mel - Canto

Tonino Guerra - O Mel - Canto Oitavo

"Este ano as folhas secas ficaram presas aos ramos
porque não sopra fio de vento
e as árvores parecem «fogueiras» em chamas.
Lá em baixo em Montebello, nos rasos do Marecchi,
existe um convento abandonado há cem anos
com um claustro entupido de nogueiras.

Eu e meu irmão passámos por um buraco
para caminhar debaixo das plantas que tinham
suspensa sobre os ramos um nuvem vermelha.
Quando soamos os sinos
o ar agitdo do repique abateu as folhas
e de súbito todas as árvores se despiram."
Adoro aquele momento de perfeição em Lisboa
no qual após o apressado abandono de sexta feira
permanece somente quem ama a Menina.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Dandy me, dandy you

Enrolou com destreza a mecha de cabelo à volta do dedo longilíneo e arstocrático, enquanto olhava com desprezo para a criança de roupinha perfeita que enterrava a cara já muito açucarada no algodão doce, jovial e alegremente.
Acendeu um fósforo e ficou feliz com essa imagem de destruição.
"They made a statue of US"

Regina Spektor




Havia 2 borboletas.
Entrelaçavam-se infinitamente no ar,
eram felizes
e eu não.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Ruptura

Sempre achei que a leitura era uma forma de contactar com realidades que nunca poderei vivenciar. E depois comecei a escrever. E vi então, que o escritor não é alguém que tem muitas coisas para contar por causa da fantástica vida que tem. O escritor é só alguém um pouco mais sensível que olha para a imagem que toda a gente vê todos os dias e dá-lhe um significado diferente, fazendo despontar um sorriso (mental ou físico).
Mas não vale a pena ter uma visão diferente se ela não é partilhada. Verifico então que é o leitor (essa posição que sempre me pareceu tão solitária) quem dá razão ao escritor para continuar...
Boa tarde, pessoas!

domingo, 3 de outubro de 2010

Encostei-me ao parapeito
neste dia de chuva intensa
debrucei-me mais um pouco
e acendi o cigarro
Obriguei o meu olhar a descer à terra
e encontrei a Praça da Alegria
(curioso nome o deste local)
Havia a meio do jardim, um senhor sentado
numa chaise longue de veludo vermelho
a ler o jornal.
Ladeava-o um bêbado
(desses de boné na cabeça que fumam o cigarro
com a mesma sofreguidão com que desperdiçam a vida)
que constantemente lhe exigia a atenção
que diligente e arrogantemente lhe era negada
mais à esquerda circulava um casal de namorados
que se olhavam ou falavam
trôpegos, perdidos na energia do sentir,
sem paciência para a ridícula realidade que os circundava.
E no meio, uma menina princesa de vestido chocolate respira furiosamente porque nada vai ficar bem. Que cansaço tão profundo. A ausência de forças.
Fim da história. O cigarro acabou.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Chego a casa e abro a veneziana da sala
reparo que não combina bem com o tapete e isso incomoda-me
cria-me um aperto no peito que se instala e não me larga

Abro as portadas da janela
Descalço-me
(estranhamente, sinto-me um pouco mais criança)
Trepo para a janela e consumo um cigarro
O fumo alstra-se pelo ar e sobe
Sobe com ele a minha mente
que larga em debandada por um qualquer mundo que deixei de conhecer
não encontro nada que me permita identificar onde estou
nem um ponto de referência
e agora sou eu que sou ar e me esfumaço por entre as nuvens e circulo livre...
Ah, que sensação de leveza! Não sou de ninguém e não me importo,
Não há planos ou regras...
E eis que chega a electricidade!
E corro e pulo e salto e vivencio e sou feliz e sorrio e e ...

Estou à janela e a cinza do cigarro cai-me no colo.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

"I'd like to marry all of my close friends,
And live in a big house together by an angry sea.
Am I the devil's marbles don't move on without me
Who will be watching my body when I sleep?
Who will I believe in? "


O passo apressa-se ao caminhar
pelo etéreo jardim da Regaleira
e há uma mistura de sensações.
Fecho os olhos e já não é dia
é a lua que me enfrenta o olhar agora
Grande, amarela, ligeiramente dentada, mas ainda tão altiva
Chega-me o cheiro a endro que penetrou no salmão de ontem (lembraste?)
tornando-o mais doce, mais carinhoso, mais leve e fresco
E já não sei se é o vento ou o teu braço que me enlaçam pela cintura
levam-me para longe (tão, tão longe)
e há flores que se entrelaçam no meu cabelo tecendo tranças de doçura infinita
e são douradas as raízes que me envolvem os pés
e sou eu que sou uma árvore frondosa
("festina lente")
(olha que engraçado o vasito com o Dionísio e o Apolo)
(olha ali, tantos caracois - e os escargots que se chamavam lesmaçons?)
(e o D. Fuas na capela?)
(e o estilo manuelino patente em todo o lado?)
(e que bem que ficavam estas portas na minha sala de jantar)
(ai, mas que divinais desenhos os deste rapazito, o Magnini - parece que viveu uns tempitos à pala do Carvalho Monteiro, o magano)



e tu que continuas sem nunca estar
(vou buscar a receita da tarte de maçã)

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Soa o ruído de uma voz sumida e pequenina
Segurada por uma menininha
com a cabeça coroada de caracois
que lhe resvalam para a cara
docemente
e ela chama
chama muito
e quando chego
a dúvida permanece
e nada mais posso fazer senão embalá-la.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Deambulando pelas ruas de Paris, não pude deixar de pensar o quanto me fui diluindo nas pessoas que fui conhecendo (Gare de L'Est), de certa forma, (Boulevard Strasbourg) fui perdendo a essência de mim, imiscuindo-me de outros (metro de Chateau d'Eau). Trouxe-me tanto e tirou-me mais (oh, é a Rue des Lombards). Como uma aranha (Chatelet, é Chatelet lá ao fundo?) fui tecendo o que era meu e misturando-o com o que me rodeava. Vermelho (Pont Neuf), branco, azul, laranja(oops, era a Pont des Artistes), violeta, violeta, violeta. Hematoma. Carne. Mais vemelho. Negro. Não me encontro. Game over (wrong way again).

She's lost control - Joy Division

Perco-me nas palavras que te expressam
e apetece-me expremer-te a alma
chegar lá sem que me comas o corpo
Agora é só meu
Ninguém mo tira, ninguém
lhe toca
A sinceridade das vontades
denuncia-se na alteração
dos silêncios que se abandonam,
quando tal se considera necessário.
A carne rasga-se mas todas as defesas se mantêm.
Imprimo-te hematomas, na esperança
de te impregnar na pele o meu sentimento.
Mas já és tão meu,
a forma como te abandonas
nos meus braços denuncia-te.
Mas foges, foges tanto.


E eu já não te encontro.
Je t'aime.
Que vazias palavras já
tão desprovidas de sentido,
repetidas até ao infinito,
Seine acima e abaixo,
ponte atrás de ponte
em cada ridículo recanto pseudo-romântico

Life imitates art.

E todos os dias
no canal de St Martin
circulam os casais
carregando o seu ar
I don't care
que já no escuro, ao som
de 'Delicate' se atiram contra as paredes
para invocar uma paixão
que constroem entre os pequenos
instantes que o trabalho (árduo)
não lhes ocupa.
E se Deus soubesse o que a música me envia...
Vens tu e os amigos,
os gatos no telhado de zinco,
os óbitos e as vitórias,
as tristezas e os sorrisos,
todas as vivências que alguém alguma vez teve,
tudo meu, só
para mim, ao alcance de um headphone
E como é possível
que magoem o seu sorriso
frágil, tão cheio de vida,
com o nariz empinado
de quem é dono da sua vida e
a mão cuidadora de enfermeira em formação...
Quo vadis?
Seja onde for,
liga.
The future undetected...
Not a fcking clue!
E a náusea
que me atravessa o espírito
leva-me outra vez
ao teu corpo
tantas vezes
desprezado
(and the music),
que se arrasta pela casa
apesar da sua aparência
tão leve, tão etérea, tão sublime, tão minha.
E os sentimentos violeta
apoderam-se do ecrã de TV,
que absorve a minha e a tua
atenção, como pequeninos cometas
que passam sem
sentir, violar, tratar ou magoar.
Pff, que merda somos.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Estava a seguir pelo usual caminho de Alice
quando subitamente me vi no meio das nuvens
E a agitação no estômago voltou, eram as borboletas!!

Fechei os olhos depressa e com força, com um pequeno sorriso nos lábios!





Oh, merda... É só a turbulência do avião!

domingo, 12 de setembro de 2010

Que estranho momento esse,
em que se estica um cigarro no canto
da boca que alberga um sorriso
mórbido e em que se
descobre que agora,
é o sentir que é diletante.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

O retorcer das almas prolonga-se
pelos corredores escuros onde se esconde
um esperado desespero...
E é nas chamas verdes
que chamam a Luz que nos encontramos
para fingir que algo tem significado.

E mais um dia amanhece,
solitário,
no sítio do costume.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

"O Amor moreu!"
Ana Sá


"A Ana Sá morreu"
O Amor

segunda-feira, 12 de julho de 2010

adoro aquela última colher de mousse de chocolate espessa em que sabemos (com um sorriso malandro na cara) que a próxima seria enjoativa...

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Nos olhos dela, as lágimas da dor que a doença lhe inflige. Ele com a voz embargada da preocupação sincera.

O meu coração apertado de inveja após o "43 anos juntos, só nos temos um ao outro..."

domingo, 4 de julho de 2010

Lunario - Al Berto

"Apaga as estrelas, vem dormir comigo no esplendor da noite do mundo que nos foge."

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Como não amar a ignorância das pessoas se essa nos permite comprar 10cds de Astor Piazzola a 5,47euros?

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Bon Iver - Hazelton

settle up you're calling up the pain
sitting dead the sinker and the string
you came, you saw, you sawed her brain
cut out all the parts that held your stain

sitting clad you're feeling wild to blame
she's crying as you're climbing down your claim
sitting up you're counting up your names
seen enough to bend him off the frame

you came you saw you sawed her brain
cut out all the parts that held your stain

you clipped you clawed to no applause
you lost the will to ___ the lying off

so try to be somebody
so try to feel somebody
so try to leave somebody
so hard to be somebody

(where can you run) x 8

so try to be somebody
so try to feel somebody
so try to leave somebody
so try to be somebody
Já isquemiou o sonho

E agora, para que sirvo?

terça-feira, 15 de junho de 2010

Eternal sunshine of the spotless mind :)

sábado, 12 de junho de 2010

Odeio os adeus urbanos, carregados de uma eternidade marcada, submersos numa bruma romântica e resignada, muito estoica. Cobrem-se de um brilho orgulhoso, uma escama que não deixa vislumbrar o interior.

Cuida-te (retorce, esfrega e põe ao sol)
E saio, carregando o doce peso de um sonho que não vivo...

quarta-feira, 2 de junho de 2010

domingo, 23 de maio de 2010

Estilhaças-me a alma com dedos inocentes...

domingo, 9 de maio de 2010

The national - High violet

Devia pôr aqui a letra de todas as músicas para fazer jus a este álbum...

Meu Deus! Obrigada, The National por abandonarem o exuberante e maravilhoso rumo que velejaram até agora para seguirem neste caminho!

The National - Sorrow

Sorrow found me when I was young,
Sorrow waited, sorrow won.
Sorrow that put me on the pills,
It's in my honey it's in my milk.
It's only about half a heart alone
On the water,
Cover me in rag and bones, sympathy.
Cause I don't wanna get over you.
I don't wanna get over you.

Sorrows my body on the waves
Sorrows a girl inside my cage
Didn't I see sorrow build?
It's in my honey, it's in my milk.
It's only my half of heart alone,
On the water,
Cover me in rag and bones, sympathy.
Cause I don't wanna get over you.
I don't wanna get over you.

It's only my half of heart alone,
On the water,
Cover me in rag and bones, sympathy.

Cause I don't wanna get over you.

I don't wanna get over you.




És parvo se dizes que isto é mau... Ou menos bom...

domingo, 18 de abril de 2010

Someone somewhere

Life would be some much easier
if one wouldn't try to run away
from the little boxes...

Porque não um depósito de leite podre?
Porque não uma mente ignorada?
Porque não abdicar de quem se é?

Just take another pill

Emiliana Torrini

It might have been a while
Since you've been loved
Like you should be loved

It might have been a while
Since you've been kissed
Like you should be kissed

In tender loving arms
Might be something you miss

Well summerbreeze is blowing through your window
And summerbreeze is blowing through your hair
And something in your eyes that you cannot disguise
Don't tell me it ain't there

It might have been a while
Since you've been loved
By one who really loves you

It might have been a while
Since you could trust
That someone really cares

When people like us
Meant to go 'round in pairs

Summerbreeze is blowing through your window
And summerbreeze is blowing through your hair
Something in your eyes that took me by surprise
Don't tell me that it ain't there

domingo, 28 de março de 2010

Álvaro de Campos

~ Todas as cartas de amor são
Ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas.

Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras,
Ridículas.

As cartas de amor, se há amor,
Têm de ser
Ridículas.

Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são
Ridículas.

Quem me dera no tempo em que escrevia
Sem dar por isso
Cartas de amor
Ridículas.

A verdade é que hoje
As minhas memórias
Dessas cartas de amor
É que são
Ridículas.

(Todas as palavras esdrúxulas,
Como os sentimentos esdrúxulos,
São naturalmente
Ridículas.)

Miguel-Manso

SOBREROSEIRA

olho da janela a labareda das roseiras
recebo no quarto a vinícola sucessão dos anos
incluo no poema um reflexo aludir de taninos
remoo os frutos a redondez do texto no viço
dos aposentos

insisto no escusado, mal pago, fantasioso
exercício da beleza



(ando a perguntar-me... estará tão surpreendido com o elogio ao seu talento que tenta desperdiçá-lo?)

Miguel-Manso

II - ORLANDO PANTERA

I am a professional

e dançámos
lentos e digestivos


mas tentemos antes passar
o dia a limpo:

o Peugeot 205 vermelho embalado no auto-
-rádio a praia pequena a seguir ao Guincho
deserta

o teu peito nu mulato
contra as ondas o riso ladrado
da cadela entrando e não entrando
no mar

as rochas o mexilhão a navalha
o regresso aos poucos a tua casa
coentros água doce tachos

o lume
onde cozeste o pão
e que ateaste usando as páginas da lista telefónica
- queimando toda a rede fixa de Carcavelos -
o pássaro

morto na escrivaninha
o desenho a meio

lugares imaginários (nem deve sequer ter entrada)
limitava-me a marcar em algumas folhas
uns insuspeitos carimbos
que comprara

em lugar das académicas vaias
havia para nós, Joana, músicas

Miguel-Manso

JANELA

dedico-me ao poema como um
homem velho se dedica a um vaso
com flores

terça-feira, 23 de março de 2010

Santo Agostinho ( de "Santo Súbito" de Miguel-Manso

"não estava ainda e amor, tão só enamorado pela ideia e que avidez eu tinha em amar o quê, em amar o amor"







e depois conheci-te...

segunda-feira, 15 de março de 2010

Odeio os dias ausentes de ti...

quinta-feira, 11 de março de 2010

Heilige Tod - Manuel de Freitas

Não é uma fotografia artística.
Se fosse, não falaria dela.
Estou ao lado do meu avô,
pareço feliz e ele também,
encostados a sorrir, debaixo
de uma buganvília. A alegria
dele é simples, muito de avô sentado
de chapéu de feltro antigo.
A minha, por sua vez, segura
na mão a caixa de soldados nazis
que matavam ou morriam,
obedecendo a uma inocente decisão.

Ainda existirão soldadinhos?
Agora, com a idade que
tenho na mesma fotografia,
pegam numa arma e matam
porque sim, dispensando intermediários,
simulacros, lúdicas simulações.
Terão talvez maior razão, não sei.
Têm, seguramente, uma eficácia maior:
matam em vez de quererem matar.
E é belo, sempre o soubemos,
este paiol de esterco chamado humanidade.

Ninguém, da fotografia, sobreviveu.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Alejandra Pizarnik

no
las palabras
no hacen el amor
si digo agua ?beberé?
si digo pan ?comeré?








P.S: te quiero

Alejandra Pizarnik - Sentido de su ausencia

Si yo me atrevo
a mirar y a decir
es por su sombra
unida tan suave
a mi nombre
allá lejos
en la lluvia
en mi memoria
por su rostro
que ardiendo en mi poema
dispersa hermosamente
un perfume
a amado rostro desaparecido

Alejandra Pizarnik - En tu aniversario

Recibe este rostro mío, mudo, mendigo.
Recibe este amor que te pido.
Recibe lo que hay en mí que eres tú.

Alejandra Pizarnik - 13

explicar com palabras de este mundo
que partió de mí un barco llevándome

Alejandra Pizarnik - 5

por un minuto de vida breve
única de ojos abiertos
por un minuto de ver
en el cerebro flores pequeñas
danzando como palabras en la boca de un mudo

Alejandra Pizarnik - 3

sólo la sed
el silencio
ningún encuentro

cuídate de mí amor mío
cuídate de la silenciosa en el desierto
de la viajera con el vaso vacío
y de la sombra de su sombra.

Alejandra Pizarnik - La carencia

Yo no sé de pájaros,
no conozco la historia del fuego.
Pero creo que mi soledad debería tener alas.

Alejandra Pizarnik - La jaula

Afuera hay sol.
No es más que un sol
pero los hombres lo miran y después cantan.

Yo no sé del sol.
Yo sé de la melodía del ángel
y el sermón caliente
del último viento.
Sé gritar hasta el alba
cuando la muerte se posa desnuda
en mi sombra.

Yo lloro debajo de mi nombre,
Yo agito pañuelos en la noche
y barcos sedientos de realidad
bailan conmigo.
Yo oculto clavos
para escarnecer a mis sueños enfermos.

Afuera hay sol.
Yo me visto de cenizas.

Charles Bukowski - The Laughing Heart

your life is your life
don’t let it be clubbed into dank submission.
be on the watch.
there are ways out.
there is a light somewhere.
it may not be much light but
it beats the darkness.
be on the watch.
the gods will offer you chances.
know them.
take them.
you can’t beat death but
you can beat death in life, sometimes.
and the more often you learn to do it,
the more light there will be.
your life is your life.
know it while you have it.
you are marvelous
the gods wait to delight
in you.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Levado furtivamente de uma mesa no Teatro "A Barraca" - de Benédicte Houart

deixa-me dizer-te que estás enganado
para escrever bem
não é preciso ser tão maluco
como o leopoldo maria
(é um elogio, meu caro
até porque o mundo não sofre propriamente de extrema sanidade)
nem tão pouco como a maior parte dos outros
(milagre, santíssima trindade)
basta ser o suficiente
maluco q.b.
o resto, como sempre, é escrever, isto é
berrar na rua, mas como quem murmura.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

de Joaquim Manuel Magalhães

Vai chegar a manhã.
A luz treme nos arbustos.
Algas, seixos, limos
guiam pelas fragas
a água sem fundura,
o ardor levantino do anil.

Ouves correr poalhas de bruma?
Silêncios do vento que renasce?

Seguro na mão que não seguras
uma lâmina de fogo, um erro
de árvores e olhas-me.

Pouso os lábios no teu pulso
para sentir o coração.
É tão perigoso ser feliz.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

"Lagar" de Manuel Freitas

As mães, e até as que não eram mães,
achavam salutar que mergulhasses no mosto,
na promessa apenas desse vinho tinto
que ao enrijecer os músculos
despertava a alma para infâmias e paixões.

Que diriam agora, se o pudessem dizer,
essas mães? Deixa, qualquerabismo serve:
Perdeste a infância e não encontraste o mundo.


in Beau Séjour

domingo, 31 de janeiro de 2010

Lhasa de sela - Por eso me quedo

Asi ando yo
Cantando aun mis penas
queriendo que me ames
para mi soledad

Y hasta que yo te quiera
Que quieres que te cante?

Por eso me quedo
Ay Ay Ay hasta el final

Y asi amo yo
con rimas tan torcidas
buscando disonancias
Pa'mi nueva cancion

Y hasta que yo te quiera
Que quieres que te cante?

Por eso me quedo
Ay Ay Ay hasta el final

Y asi amo yo
con rimas tan torcidas
buscando disonancias
Pa'mi nueva cancion

Y hasta que yo te quiera
Que quieres que te cante?
Y hasta que yo te quiera
Que vale lo que cante?

Por eso me quedo
Ay Ay Ay hasta el final

sábado, 30 de janeiro de 2010

Instruction #1

"I need to hit the bottom to reach the top"

Pedaços de vinil

Devia ser o disco mais ouvido:
a Quinta Sinfonia, numa gravação
de Klemperer. As manhãs
e as tardes auguravam um futuro
melhor, prendados costumes
que depressa perdi. Já então olhava
para a taberna da Ana,
enchendo a janela do meu quarto.
Tinha medo da sombra, do silêncio,
adivinhando em cada passo o monstro
que me habitava. E lia, para não pensar,
desacreditamos escritores franceses.

Um dia, de tanto o amar,
peguei no disco e quebrei-o
em pequenos pedaços de vinil
- para doerem mais, melhor.
Mantive, não sei bem porquê,
a dura capa de cartão,
essa fúnebre alegria da infância.
E o que sobrou do disco foi parar
ao ribeiro junto à casa dos meus pais.

Mais tarde, o ribeiro com hortas
de domingo à volta foi sufocado pelo terror
de um aldeamento, versão provinciana
de condomínio fechao, num mundo
em que são cada vez mais as portas.
Beethoven, esse, quase deixou
de me comover, soterrado como as rãs
pelas mãos invisíveis de quem mata.

O que me comove, passado tanto
tempo, é perceber que fiz a esse disco
o mesmo que faço e volto a fazer
aos corpos que julgo amar:

parti-los, muito devagar, para
que doam sempre um pouco mais.


Manuel de Freitas

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

The Postal Service - Such Great Heights

I am thinking it's a sign that the freckles
In our eyes are mirror images and when
We kiss they're perfectly aligned
And I have to speculate that God himself
Did make us into corresponding shapes like
Puzzle pieces from the clay
True, it may seem like a stretch, but
Its thoughts like this that catch my troubled
Head when you're away when I am missing you to death
When you are out there on the road for
Several weeks of shows and when you scan
The radio, I hope this song will guide you home

They will see us waving from such great
Heights, 'come down now,' they'll say
But everything looks perfect from far away,
'come down now,' but we'll stay...

I tried my best to leave this all on your
Machine but the persistent beat it sounded
Thin upon listening
That frankly will not fly. you will hear
The shrillest highs and lowest lows with
The windows down when this is guiding you home

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Asunción de tí

Quién hubiera creído que se hallaba
sola en el aire, oculta,
tu mirada.
Quién hubiera creído esa terrile
ocasión de nacer puesta al alcance
de mi suerte y mis ojos,
y que tú y yo iríamos, despojados,
de todo bien, de todo mal, de todo,
a aherrojarnos en el mismo silencio,
a inclinarnos sobre la misma fuente
para vernos y vernos
mutuamente espiados en el fondo,
temblando desde el agua,
descubriendo, pretendiendo alcanzar
quién eras tú detrás de esa cortina,
quién era yo detrás de mí.
Y todavía no hemos visto nada.
Espero que alguién venga, inexorable,
siempre temo y espero,
y acabe por nombrarnos en un signo,
por situranos en alguna estación
por dejarnos allí, comos dos gritos
de asombro.
Pero nunca será. Tú no eres ésa,
yo no soy ése, ésos, los que fuimos
antes de ser nosotros.

Eras sí pero ahora
suenas un poco a mí.
Era sí pero ahora
vengo un poco de ti.
No demasiado, solamente un toque,
acaso un leve rasgo familiar,
pero que fuerce a todos a abarcarnos
a ti y a mí cuando nos piensen solos.

domingo, 17 de janeiro de 2010

Para um dilema existencial de alguém que adoro...

Little boxes on the hillside
Little boxes made of ticky tacky
Little boxes
Little boxes
Little boxes all the same
There's a green one and a pink one
And a blue one and a yellow one
And they're all made out of ticky tacky
And they all look just the same

And the people in the houses all go to the university
And they all get put in boxes, little boxes all the same
And there's doctors and there's lawyers
And business executives
And they're all made out of ticky tacky and they all look just the same
And they all play on the golf course and drink their martini dry
And they all have pretty children and the children go to school
And the children go to summer camp
And then to the university
And they all get put in boxes, and they all come out the same
And the boys go into business and marry and raise a family
And they all get put in boxes, little boxes all the same

There's a green one, and a pink one
And a blue one and a yellow one
And they're all made out of ticky tacky
And they all look just the same

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

As pessoas que eu mais admiro são aquelas que nunca se acabam.

Fonte: Parede do metro da estação da Alameda

domingo, 3 de janeiro de 2010

Quando digo que te amo
Toda a poesia se solta debaixo da língua
A verdade sai-me do peito
E atravessa-te a espinha
Crua, forte e real
E tão doce e plácida e minha

Já tenho saudades tuas...